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I miss you
I miss you
O mundo é enorme. Nos dias de hoje, tanto estou aqui em Salford como daqui a pouco poderei estar em Saint Denis, ou em outro lugar qualquer. Tudo fica já ali. O progresso é maravilhoso. E, em viagem, estamos sempre em contacto. Apesar dos imensos quilómetros de distância, até fico com a sensação de que estamos perto. Uma sensação boa, reconfortante.
Acabo de me sentar no avião e envio uma mensagem a dizer-te que entretanto levantarei voo. Poucas horas depois, envio nova mensagem a informar-te que aterrei em segurança. Depois de uma curta viagem de comboio, ligo a dizer-te que estou em casa. Ao fim do dia ligo o Skype e conversamos normalmente, como se estivéssemos juntos na mesma casa, na mesma sala, no mesmo sofá. Quando começamos a abrir a boca, olhamos para o relógio e admiravelmente reparamos que já é tarde, são horas de ir dormir, horas da despedida. E é nesse preciso momento, quando desejamos boa noite um ao outro que, fico com plena noção de quanto o progresso é maravilhoso, mas nunca fantástico! Fantástico seria dar-te um beijo e ter os teus lábios colados aos meus, sentir o teu cheiro bom a Dolce e Gabbana a entrar pelas narinas, sentir o teu corpo encostar-se ao meu, sentir a tua barba macia na minha pele. Seria, esse modo verbal que exprime condição.
E, resiliente, despeço-me de ti com sorriso falso e olhar triste. Sorrir quando me apetece chorar parece cinismo, mas não é. É o sorrir da saudade.
Desligamos a vídeo chamada e, este vácuo de mulher vai deitar-se nos lençóis de memórias e colcha de recordações.
Acabo de me sentar no avião e envio uma mensagem a dizer-te que entretanto levantarei voo. Poucas horas depois, envio nova mensagem a informar-te que aterrei em segurança. Depois de uma curta viagem de comboio, ligo a dizer-te que estou em casa. Ao fim do dia ligo o Skype e conversamos normalmente, como se estivéssemos juntos na mesma casa, na mesma sala, no mesmo sofá. Quando começamos a abrir a boca, olhamos para o relógio e admiravelmente reparamos que já é tarde, são horas de ir dormir, horas da despedida. E é nesse preciso momento, quando desejamos boa noite um ao outro que, fico com plena noção de quanto o progresso é maravilhoso, mas nunca fantástico! Fantástico seria dar-te um beijo e ter os teus lábios colados aos meus, sentir o teu cheiro bom a Dolce e Gabbana a entrar pelas narinas, sentir o teu corpo encostar-se ao meu, sentir a tua barba macia na minha pele. Seria, esse modo verbal que exprime condição.
E, resiliente, despeço-me de ti com sorriso falso e olhar triste. Sorrir quando me apetece chorar parece cinismo, mas não é. É o sorrir da saudade.
Desligamos a vídeo chamada e, este vácuo de mulher vai deitar-se nos lençóis de memórias e colcha de recordações.