Uma borboleta poisou no teu lindo rosto. Não foi por acaso! Tinha sede das tuas lágrimas, da tua raça e do teu querer, do teu amor pela nação que nunca desistiu de apoiar.
O mundo viu-te abandonar um sonho que era teu, de uma seleção, de todos nós. A meados da primeira parte, de alma e coração partidos, desististe. A lesão tomou conta de ti e de todos os que embarcaram no mesmo sonho. Todos sem pingo de sangue nas veias. Dengosos. Desvanecidos. Sem ti em campo uma tenebrosa sombra camuflou o céu da esperança. Desilusão. Tu choravas, mas nós também. Foram minutos transformados em pesadelo sem término. Mas tal como a borboleta é considerada o símbolo da transformação, as tuas lágrimas transformaram-se no sorriso de todos os portugueses: dos que não apoiaram, dos que criticaram, dos que ignoraram, dos que apoiaram mas não acreditaram, dos que apoiaram e sempre acreditaram. Mesmo fora de campo foste enorme. Para ti, desistir é para os fracos. Tu és raça e querer. Tens sangue de campeão. Fora das quatro linhas, foste o Adamastor que outrora defendeu as suas águas. Orientaste a equipa que almejava o sonho de todos nós. Foste o melhor treinador do momento, um verdadeiro Mestre. E, juntos, conseguiram. Do fundo do coração, obrigada Cristiano Ronaldo e a todos quantos te acompanharam nesta grandiosa conquista.
Aos derrotados, os franceses, deixo umas palavras de conforto: Nós, os portugueses, somos mesmo nojentos!