Os encontros geram ansiedade. Quando um falha, desaba o mundo para o outro.
De uns minutos prometedores fizeram-se horas de vazio para ele. Do breu brotou desapontamento e fúria. Despeito. De semblante pálido, sem pinga de sangue nas veias, dilacerado, impossível descrever o que não cabe em palavras.
Ela, arrependida e de cunho humilde, proclamou um sentido pedido de desculpas, como quem proclama a mais bela poesia.
Mas imutáveis não desculpam! E verdade seja dita, desculpas não se pedem, evitam-se. Mas quem nunca pecou que atire a primeira pedra.
Atrás de um pedido de desculpa, veio outro. E depois, mais outro. Sucessivos. Grandessíssima humilhação. Tempo perdido. Sem dó nem piedade, ele fulminou: não há perdão.
Mesmo assim, ela disse-lhe que os traços ressentidos na memória saram-se no cruzamento do verbo ser, nas palavras que beijam como se fossem boca, nos abraços que aquietam como se fossem poesia.
Mais uma vez, sem dó nem piedade, ele fulminou: não há perdão.
Ela, de semblante amargurado, simplesmente desistiu. A fúria escalafria corações. Partiu.
Ele, amarguradamente andante, seguiu, sem rumo, sem nada.