Os livros, esses seres inanimados, mortos, nascem de almas vivas repletas de amor, ódio, contos, novidades, atrocidades, divindades, missões cumpridas ou incumpridas, histórias de amor com um final feliz ou imprevisto, e até loucura para nos divulgar ou fazer sonhar.

Os livros, esses malandrecos, sabidões e omnipotentes, tantos são os de outrora, mas com conteúdos tão atuais. Visionários. Mestres. A escrita de mentes brilhantes.

Os livros, são companhias verdadeiras, mudas e com portas abertas para a vida ou para o sonho.

E, será que, quando viramos as costas os livros ganham vida, tal como os brinquedos do filme animado "Toy Story"?

Um debate filosófico acerca das ideias de Nitsch e do Papa Bento XVI; um triângulo amoroso, Nicholas Sparks e Paulo Coelho apaixonados por Virgínia Woolf; J. R. R. Talkien a treinar o jogo das setas com Robin Hood; o Mickey a jogar golfe com o Homem Aranha; Mário Puzo a dar lições de vida a José Sócrates; Leonardo da Vinci a ensinar Fiódor Dostoyévsky a pintar; George R. R. Martin a cantar uma serenata a J. K. Rowling. 

E, enquanto imagino os livros com vida e as suas peripécias do dia a dia, estes adoecem nas mesinhas de cabeceira, nas estantes, nas bibliotecas. 

Mas saibam que o pó e o mofo são nocivos. Alguns desses livros, ao abandono e completamente contaminados, são condenados à morte como de assassinos se tratassem. Muitos deles são lançados ao contentor do lixo, outros, pior do que isso, são queimados na fogueira dos adeptos do clube da ignorância.

Os livros, tal como o planeta, carecem de cuidados urgentes.