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Não há luar como o de janeiro
Não há luar como o de janeiro

Esperei por ti todas as noites frias de luar de janeiro, deitada na almofada da desilusão, coberta com a manta do descontentamento.

Muitas vezes adormeci no tapete voador, à solta pela madrugada.

Em pleno sonho, guiada pelas estrelas, por todo o universo te procurava. E era na lua deitado que sempre estavas à minha espera. 

Embriagada nos teus beijos, cedia-te o meu corpo abandonado até ao dia nascer.

Ouvi o melodioso canto dos pássaros em sintonia com a primeira claridade da manhã, despertei de tão belo sonho e procurei, em vão, aquele luar.

Estava gélida como se tivesse dormido num banco de jardim, mas em pouco tempo aqueci com as lágrimas da solidão.

Não desisti.

A cada mês de janeiro à lua dirigi minhas preces.

Hoje, agradeço-lhe tudo, especialmente o calor dos teus beijos.

Hoje, deitada na almofada da paixão e coberta por um amor escaldante, afirmo que não há luar como o de janeiro.