Precoce
Aos oito meses eu nasci,
comecei a andar e falar.
Sou apressada como nunca vi,
13 janeiro comecei a chorar.
A vida é curta demais,
para me distraír com atroamentos,
serena, leve, sigo em frente
preservo todos os bons momentos.
Se de nova não partir,
intensamente viverei a minha velhice.
Os meus netos quero conhecer,
pelo mundo viajar por carolice.
Não tenho sorte no jogo,
mas sorte tenho no amor.
Não acredito nos signos,
nem no melhor doutor.
Acredito no raio do azar,
com seu incrível mau humor.
Recebo-o à chapada e pontapé,
e acredito que tudo vai passar.
Tenho um coração de oiro,
com um pedacinho de maldade.
Quem os meus tentar ferir,
claro, será tratado com igualdade.
Sofro as dores do mundo,
como pura borboleta a voar.
Não pouso nas lindas flores,
nem nas ondas do mar.
Com toda a sua serenidade,
voa sem ninguém incomodar.
Leve que nem uma pluma,
o mundo veio encantar.
Borboleta eu queria ser,
não pela sua beleza.
Mas sim pela liberdade,
bailar como uma princesa.