Acordo cedo e ao abrir a janela do meu quarto vejo um dia sombrio e fresco. O nevoeiro encobre tudo, mas que dia mais pesado e de profunda tristeza. Não vejo árvores verdejantes e muito menos o conjunto de casas vizinhas que tornam a visão do que me rodeia acolhedora e familiar. Não ouço o chilrear dos pássaros que todas as manhãs melodiam o céu, não vejo a luz do Sol, muito menos a linha que define a separação entre o que é visível e o que fica para lá do que se vê. Tudo está calmo e silencioso. Contudo, mesmo perante um cenário de pura nostalgia, os meus olhos brilham e os meus lábios sorriem. A qualquer momento, entre o mais denso nevoeiro, nascerá sempre um raio de Sol.